"Relógio do Juízo Final" redefine o horário do fim do mundo.
- Emanuel Guedes
- 28 de jan.
- 2 min de leitura
O Boletim dos Cientistas Atômicos atualiza, nesta terça-feira (28/1), quantos segundos faltam para que o "relógio do juízo final" marque meia-noite. Esse relógio alerta o público sobre o tanto que a humanidade está perto da autodestruição. A lógica é: quanto mais perto da meia-noite estiverem os ponteiros, mais próximo estará também o mundo do fim.
Em 2024, o relógio marcava 90 segundos para meia-noite, o mais próximo que já esteve do fim do mundo desde 1947. O anúncio desta terça foi transmitido pelo YouTube (a íntegra está disponível no fim da matéria) a partir de 10h (12h no horário de Brasília).
Segundo os cientistas, estamos um segundo mais próximo do fim do mundo. O Boletim dos Cientistas Atômicos divulgou que faltam 89 segundos para que o "relógio do juízo final" marque meia-noite. A última atualização havia sido em 2024, que marcava 90 segundos para o fim do dia.
O Boletim dos Cientistas Atômicos destaca que o "relógio do juízo final" é uma metáfora e um lembrete dos perigos que a humanidade deve enfrentar. A última atualização levou em conta a guerra entre Rússia e Ucrânia, o conflito na Palestina, a crise climática e o avanço de tecnologias como a Inteligência Artificial (IA).
No anúncio desta terça, o Conselho de Ciência e Segurança do Boletim vai considerar múltiplas ameaças globais no acerto do relógio, incluindo a proliferação de armas nucleares, a inteligência artificial, os atuais conflitos globais, ameaças biológicas e a contínua crise climática.
Os palestrantes deste ano no anúncio do relógio do juízo final são:
Juan Manuel Santos: presidente do The Elders, ex-presidente da Colômbia, laureado com o Prêmio Nobel da Paz;
Daniel Holz: professor da Universidade de Chicago nos Departamentos de Física, Astronomia e Astrofísica, do Instituto Enrico Fermi e do Instituto Kavli de Física Cosmológica;
Herb Lin: pesquisador sênior em política e segurança cibernética no Centro de Segurança e Cooperação Internacional;
Suzet McKinney: diretora de Ciências Biológicas da Sterling Bay;
Manpreet Sethi: membro do Centro de Estudos do Poder Aéreo em Nova Déli;
Robert Socolow: professor emérito do Departamento de Engenharia Mecânica e Aeroespacial da Universidade de Princeton.
Quando o "relógio do juízo final" foi criado em 1947, o maior perigo para a humanidade era as armas nucleares, especialmente porque os Estados Unidos e a União Soviética estavam caminhando para uma corrida armamentista nuclear.
Boletim dos Cientistas Atômicos considerou possíveis impactos catastróficos da mudança climática pela primeira vez em 2007. Ao todo, os ponteiros dos minutos do relógio foram atualizados 25 vezes desde a estreia em 1947.
Como voltar o relógio?
O Boletim dos Cientistas Atômicos frisa é tarefa dos líderes e das nações trabalharem juntos na crença de que ameaças comuns exigem ação comum. As três principais potências do mundo — Estados Unidos, China e Rússia — devem iniciar um diálogo sério sobre cada uma das ameaças globais.
"Nos níveis mais altos, esses três países precisam assumir a responsabilidade pelo perigo existencial que o mundo enfrenta agora. Eles têm a capacidade de tirar o mundo da beira da catástrofe. Eles devem fazer isso com clareza e coragem, e sem demora", diz o boletim.
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